domingo, março 18, 2007

A Deolinda apanhou um cacilheiro mas ficou a ver Lisboa por um canudo (suspiro)...

Ontem a Deolinda subiu ao palco pela segunda vez este ano. E pela segunda vez fui (fomos, que a Susana também embarca nesta cena) vê-la. Desta vez o local era o Incrível Club (antigo Cinema Incrível Almadense, em Almada), um espaço recentemente recuperado pela "grande" Maria Emília (presumo) e agora gerenciado pelos membros dos O'QueStrada. O sítio tem piada, está bem esgalhado, é arejado, mas, francamente, tem uma gerência de fugir. Só as peripécias à volta de como servir uma Cuba Livre seriam mais que suficientes para implodir o sítio, mas vá lá... não vou por aí.
Uma vez mais Ana Bacalhau e os seus parceiros me encantaram e pagaram bem a minha ida à minha querida Capitão Leitão. Deolinda rules!, portanto. Mas, e por muito que me custe admiti-lo, este foi um concerto que ficou muito aquém do do Cefalópode. Soube a pouco. Também é verdade que os padrões estavam elevadíssimos... Logo à chegada, e ao longo do compor da sala (que de resto não se compôs assim muito...), deu para perceber que a falange amiga da Deolinda não tinha marcado presença (e parece-me que a Deolinda, e logo o espectáculo em si, tem muito a ganhar com a componente "amigos" presente...) e que a maior parte da audiência não sabia bem ao que ia. Fiquei mesmo com a ideia de que a Deolinda deve funcionar melhor em salas menores, ambientes mais apertados, onde haja mais calor e (algum) fumo. Seja como for algo parecia não estar bem. E esse algo foi o suficiente. Não sei eles estavam desatinados com outro algo, mas sei que a mim me chateou bastante o diafragma da máquina de um fotógrafo que por ali andava, cujo disparar comia constantemente as palavras da Deolinda. Isto para não falar do público lá mais para trás que se esteve a marimbar para o concerto e não parava de fazer barulho. Uma vez mais, o que é que custava ao pessoal da casa mandá-los calar?
A energia a que assistimos no Cefalópode não esteve presente ontem à noite no Incrível Almadense (basta pensar que até o escarro do Toninho saiu sumido, sem garra...) mas estiveram lá as belíssimas letras e o profissionalismo com que aqueles músicos as amparam e embalam. Parabéns, pois, à Deolinda. E coragem. Para a próxima sai melhor!
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Para quem não esteve lá, aqui fica o primeiro dos três temas do encore: O Fado não é mau.
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