segunda-feira, novembro 26, 2007

Chávez (4)

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O ponto, de resto, é muito simples: é cada vez mais difícil distinguir a democracia de outros regimes; é cada vez mais importante fazê-lo.


Nem mais. Mas será que está cada vez mais difícil distinguir a democracia de outros regimes devido às qualidades estranhas/inteligíveis/codificadas desses mesmos regimes, ou será, antes, que não as lemos, não as traduzimos, porque elas dão demasiado trabalho, ou mesmo porque elas colocam em cheque as nossas próprias democracias, as nossas próprias noções de Democracia? Ao longo dessa "discussão" que o Pedro Magalhães diz andar por aí, não raras vezes se menciona a definição de Democracia como sendo a voz/vontade do povo. Então, e a ser verdade o que dizem, porque não aceitam Chávez e o seu Governo? Ele é a expressão da vontade do povo. O povo que, às cegas por uma abusiva campanha mediática, e posto a salvo pelas televisões satélite e pela internet, saíu às ruas e desmascarou o golpe de direita. E recolocou Chávez em Miraflores. Pela segunda vez! Querem mais Democracia, isto é, vontade do povo, do que isto? Contudo...

Quantos países europeus aceitariam ser governados por uma clique oriunda de uma empresa privada de exploração de petróleo? Pois. Quantos países europeus aceitariam que a Direita do seu país instrumentalizasse um canal de televisão em seu favor? Pois. A deputada que no outro dia deu umas estaladas a um pivot de televisão é inaceitável, senão mesmo idiota? É. Mas e o que dizer de Fernando Ruas (que, diga-se, continua na vida política activa) que há pouco tempo incitava ao apedrejamento de certos funcionários públicos? Afinal também há idiotas por aqui. O Chávez é pouco fiável, aconselhável, um desastre? Pode ser que sim. Mas o nosso anterior Primeiro-Ministro não o era também? Personagens desastrosos e momentos tortuosos todas as Democracias os têm. Se nós (Ocidente) os podemos ter porque não os venezuelanos?

2 comentários:

aquelabruxa disse...

quando mais de metade da população de um país não vota (porque acha que não vale a pena escolher entre o fantoche da direita e o fantoche da esquerda), e mesmo assim alguém é "eleito", isso é democracia?
eu acho que a democracia não existe, se é que alguma vez existiu. também nunca percebi como é que certos fantoches chegam a candidatos. mas o que me indigna mais ainda é quando as pessoas votam num partido por ser o menos mau de entre os que podem ganhar, e por saberem que aquele em queriam mesmo votar não vai ganhar de certeza. mas o que é tal coisa? eu sei que sou idealista, mas quem é que ainda pode sequer discutir este assunto? não entendo. é tudo uma autêntica fantochada, não me digam que não.

Blah disse...

Hey!!
Estava a procura de Lech Kowalski no google e encontrei aqui o teu post sobre o On Hitler's Highway! lolol... achei piada ao teu comentário. Não vi o documentário... só vi o Born to lose, e já tinha visto DOA (sex pistols) e fui à masterclass do gajo. Ia-te pedir ajuda (caso keiras ajudar) caso tenhas visto mais filmes do gajo. Estou a estudar cinema (ESTC - Escola Superior de Teatro e Cinema) no 2º ano no ramo de montagem e realização. E para montagem tenho que fazer um trabalho sobre um documentarista e a sua montagem no documentário. Escolhi o Kowalski. Não que conheça muito bem as suas obras, mas porque nunca fui muito ligada ao documentário e como sou do punk school e gosta de algumas maneiras dele pensar (depois de ir à masterclasse). Se quiseres dar alguma opinião sobre o gajo é só falar cmg! ;D [é k pralém dest trabalho tenho mais 5 para fazer em 1 semana e meia e estou a pedir ajuda possivel para todos]

Kissie
Sue

responde po meu mail s kisers [é kos blogs k tenho são partilhados e n só meus]: s_syrka@hotmail.com

keep going ;)