sábado, junho 14, 2008

Alexandre Andrade dixit, parte 2

«PORQUE NÃO APOIO A SELECÇÃO (2): Porque é comandada por um homem sem carácter. Agredir um membro de uma equipa adversária, em directo, e perante milhões de telespectadores, é já de si uma atitude extremamente condenável, e que levaria a despedimento com justa causa em quase todos os sectores profissionais. Negar o sucedido, não dar mostras de arrependimento, minimizar a gravidade do caso por meio de um punhado de trôpegas justificações, e apenas se desculpar muito mais tarde, e ainda por cima claramente a contragosto, eis o que define um perfil moral muito rasteirinho. A cereja em cima do bolo foi o recurso apresentado após uma sanção que só pecou por brandura, recurso apoiado pela Federação e inexplicavelmente acatado pela UEFA. Todo o país ficou a saber que ao seleccionador da equipa nacional de futebol tudo se desculpa. Não deveria ser assim, Trata-se de um cargo principescamente remunerado, com elevada exposição mediática e que acarreta responsabilidades de representação do país. A tolerância para prevaricações e comportamentos de arruaceiro deveria ser menor do que num cargo normal, e não maior.
Scolari é um grande treinador; isso não contesto. [eu aqui tenho de contestar...] Acho bastante graça àqueles que tentam relativizar o seu brilhante currículo por meio de golpes de rins argumentativos que fariam inveja aos sofistas da antiguidade. Porém, ser um grande treinador não chega.»




Chamo igualmente a atenção para um outro texto do Alexandre em relação ao sururu causado por uma afirmação de Lukas Podolski sobre como «o futebol é como o xadrez, mas sem os dados». Ao que parece Podolski detém mais do que aquela dose de inteligência que estamos geralmente dispostos a querer reconhecer num jogador de futebol. Só pode ser por estarmos mal habituados... Mas esquecemo-nos que lá para cima os tempos, os climas, os governos, os mercados, os camionistas, enfim, os jogadores são outros. Isto fez-me lembrar umas citações muito interessantes {que aqui postei há uns tempos atrás} sobre o papel do raciocínio no futebol holandês. E faz-me lembrar, claro, o belíssimo jogo de hoje frente à França {tal como a anterior frente à Itália} onde se pôde ver na prática estas linhas de Auke Kok – «The good player is the player who touches the ball only once. And knows where to run.»

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