sexta-feira, março 05, 2010

Tel{eu}úrico



Querem tremer? Tremer, tremer. Querem ficar paralisados? Boquiabertos? De rastos? Perturbados? Ou julgam que já têm a vossa conta? Que já sofreram o suficiente com as vítimas da malograda ilha. Que o Haiti vos deixou de rastos. Que o Tsunami ainda se faz sentir. Que ainda nem recuperaram bem do 9/11. Isso julgam vocês. Ainda não viram nada. Olhem que há coisas bem piores, bem mais diabólicas. Eu corri recentemente aqui o risco de vos parecer insensível, um tipo frio que se está a marimbar para as dezenas-centenas-milhares de pessoas que por aí caem redondas. Mas olhem que não fico. Mas, confesso, há outras dimensões que me tocam mais. As dimensões interiores. Os cataclismos interiores. Em que o sismo, o tremor, o abalo é entre o eu e o eu, o eu e o outro, o eu e o outro que sou eu, e o eu em que sou o outro e eu, o eu verdadeiro.... A mentira. A verdade. A mentira verdadeira. A verdade mentirosa. A mendarde e a vertira. E num ápice estamos perdidos, fodidos, desfeitos. Em que quem fica desalojado depois da enxurrada não é o cidadão, mas antes a percepção de si. A solidão, é o que é. A dor. A puta da vida. Bem ao contrário do que pensava Sartre, o Inferno somos nós. E há histórias, histórias dolorosas, que o comprovam, como a história de Frédéric Bourdin. Acreditem, esta história, esta{s} personagem{ns}, estas "aventuras", são verdadeiramente avassaladoras. Mas o mais fixe é que se o Inferno somos nós, bom, então significa que o Céu também podemos ser nós. Haja esperança. Não é essa a palavra de ordem que costumamos ouvir a seguir às catástrofes?

Chega de paleio. Façam-se à estrada. Leiam o texto. O artigo original em inglês ou em português.

De seguida podem dar uma saltada à conta youtube de Frédéric Bourdin {e comprovar que a esperança começa a viver por ali também...}.

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